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sábado, 29 de julho de 2023

Empatia - Em torno da dor

 “Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia.” (2 Cor 1, 3-5)

Deus consola os humildes. Não que prefira uns em detrimento de outros. Já diz a sabedoria do evangelho: Deus não faz acepção de pessoas. É que somente os humildes conseguem perceber o consolo.

Assim, Deus transmite a consolação para todos os seres, com a mesma força, com a mesma “quantidade”, com o mesmo amor, mas poucos são os que a compreendem. Segundo Emmanuel, se aprendermos a compreender, e exercitarmos essa virtude, estaremos, já, amando. A compreensão é um passo para a conquista da indulgência, característica dos protetores.

Paráclito é designação do Espírito Santo. Paráclito, etimologicamente, significa: “aquele que permanece ao lado”; daí ser interpretado como “Consolador”, como muitas bíblias mais antigas interpretaram. No entanto, esse termo grego, com o tempo, passou a designar “advogado”, como grande parte das bíblias mais modernas interpretam.

A Vulgata, tradução latina do texto grego, contorna o problema não traduzindo o termo, satisfazendo-se com a similitude entre Paráclito e Espírito Santo. Segundo Emmanuel, a designação Espírito Santo significa uma plêiade de Espíritos redimidos que trabalham em nome de Jesus.

Toda aquisição deve tornar-se útil para nossos irmãos. A nossa experiência com a dor deve ser compartilhada. Se nossa experiência for de consolação, estaremos em condições de comunicar o consolo recebido. Paulo deixa claro que todo sofrimento deve ser valorizado pela confiança. O sofrimento do cristão é um privilégio. “... porque a vós vos é dado não somente crer em Cristo, mas ainda por ele sofrer.” (Fl 1, 29)

Somente quem sofre com confiança, resignação e paciência, sofre por Jesus. É necessária a empatia com o coração que sofre para comunicar algum consolo. E só é capaz de empatia quem entende a dor do outro pela própria dor. Daí a importância dos grupos de apoio.

“Fundamentalmente considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação.” E “a dor segue todos os nossos passos: espreita-nos em todas as voltas do caminho. E, diante dessa esfinge que o fita com seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?” (O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, cap. 26)

Os cristãos são acusados de fazer apologia da dor. A própria glória de Jesus foi conquistada com a sacrifício da própria vida. O que valorizamos, porém, não é a dor em si, e sim a experiência edificante que ela possibilita.

Se bem vivenciada, a dor nos enriquece com virtudes, em especial a humildade. Ela é importante por ser um meio de reparação de atos equivocados e fonte de esperança.


Editorial – Em torno da dor – O Consolador – Nº 472 – 03/07/2016

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